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terça-feira, 17 de maio de 2016

Papel Machê

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Sabe o que eu queria de presente no dia das mães?




Dia das Mães!
Sabe o que eu queria de presente no dia das mães? Voce de volta no meu ventre, e aquela alegria nervosa de saber que estava grávida.

Sabe o que eu queria de presente? Sentir seu coraçãozinho pela primeira vez e me emocionar!
Escolher seu nome entre tantos na dúvida de ser menino ou menina, pois eu queria a surpresa de te ver chegar e chorar de alegria como eu chorei.

Sabe o que eu queria de presente? Te colocar no meu seio para te alimentar! Ouvir o teu chorinho quando eu me afastava, e também ver o teu sorriso quando acordavas.

Eu queria poder te ensinar a falar. Ouvir os teus sons e te entender.
Queria poder sentir novamente teu olhar curioso, e te mostrar o mundo que eu não mostrei!

Sabe o que eu queria de presente? Te ver dar os primeiros passos desajeitados enquanto meus braços abertos te esperavam.

Te abraçar fortemente ao te deixar no seu primeiro dia na escola. Descobrir a tua timidez!
Poder te dizer que dividir é somar! Poder pedir um beijo depois de chamar sua atenção com o meu coração apertado de ter ver me olhando com jeitinho de manha!

Sabe o que eu queria de presente? Te ver chegar do acampamento cristão, e voce do futebol e ouvir suas histórias!
Perceber suas descobertas na arte do amor, e te falar, "ame sem medo"!

Sabe o que eu queria de presente? Dizer pra voce que crescer não doi, transforma!
Poder estar presente na sua primeira desilusão. Chorar contigo e ficar de conchinha até pegares no sono.

Sabe o que eu queria de presente? Estar contigo quando a puberdade chegou, e estar ao seu lado quando descobriu que amar sem ser correspondido não era um privilégio seu.
Queria estar contigo e te ensinar matemática, português... Queria estar contigo antes e depois das provas. Dizer pra voce que faz parte não saber de tudo sempre.

Sabe o que eu queria de presente? Estar contigo quando voce fez o primeiro ovo frito. O primeiro arroz de microondas e descobriu que a maturidade era inevitável.

Queria estar contigo quando tivestes teus filhos. Quando o mundo e as horas ficaram pequenos demais para dares conta de tudo. Cuidar deles, depois deles, e deles, e se desse tempo, algum dia, cuidar de voce!

Queria te ver amar os desafios, e te ver ensinar aos teus filhos tudo que eu não pude te ensinar! Descobrir que voce é mil vezes melhor que eu! E que bom!

Sabe o que eu queria de presente? Te dizer que erros e acertos dependem muito de quem os enxergam.

Queria te pedir que não se cobrasse muito! Nada é tão perfeito que não quebre...
Sabe o que eu queria de presente? Poder te pegar no colo, mesmo que agora quem precise de colo seja eu, e te dizer; "me perdoe"! E que o meu melhor presente sem dúvida, é voce!

                                                                                                                        By Mirian Borges


De filha pra mãe...
Sabe o que eu queria de presente? Estar de volta no seu ventre e sentir suas mãos me tateando. Sair de voce e chorarmos juntas. Entender o que me ensinavas. E compreender que quando fazias "serão" no meu quarto era porque a minha febre te preocupava.

Sabe o que eu queria de presente? Queria de volta aquele primeiro dia na escola. Sentir voce segurando na minha mão com receio que eu me perdesse, e ao mesmo tempo perceber no teu abraço que eu deveria ir sem medo.

Sabe o que eu queria de presente? Nos assustarmos de novo com a minha primeira e antecipada menstruação.

Queria de volta tuas palavras de sabedoria. Tua experiência de vida!
Queria de presente a tua alegria! Queria poder te pedir que não se preocupasse tanto comigo quanto se preocupou.
Queria te mostrar que meus devaneios fizeram "me compreender" melhor! Que meus sonhos não se perderam com a maturidade. Que as descobertas e as incertezas me fizeram bem.

Sabe o que eu queria de presente? Ouvir voce cantando suave enquanto preparava a comida. Te ver tocar piano quando nos reuníamos a sua volta para cantarmos juntos. As velas acessas por conta da falta de luz. Os sorrisos e olhares carinhosos entre os irmãos. Toda a nossa cumplicidade.

Sabe o que eu queria de presente? O seu olhar doce quando eu entristecia.
Ouvir voce chamar os nossos nomes na hora de comer. Beber laranjada geladinha feita por voce.
Queria te dizer que quando cada um de nós, seguiu um caminho diferente do seu, foi porque aprendemos a lição de nos perpetuar como pessoas e pais.

Nossa, lembrei do seu choro quando falei da minha gravidez. Do seu choro na segunda gravidez, e lembrei que chorastes de nervoso e alegria, assim como eu.
Lembrei de todas as noites e dias que cuidastes de mim e dos meus filhos. Sei que fizeste o teu "possível". Eu é que fraquejei!

Sabe o que eu queria de presente? Voce minha mãe! Voces meus filhos! E a coragem de não permitir que nada e nenhuma situação me deixasse nunca, me afastar de voces!
Sabe o que eu queria de presente? Ser... Estar... Poder...

                                                                                                                 By Mirian Borges

quinta-feira, 7 de abril de 2016



Tesourada

Não tem jeito. Todos nós falamos algo do próximo! Sempre há um motivo para falar de alguém, e geralmente nada muito bom.

Temos a tendência de expor o "mau do outro". Elogiar, engrandecer outrem é para poucos.
Sei que me incluo nas duas, e principalmente nas tesouradas como se diz aqui no sul quando estamos falando de alguém por muito tempo. Geralmente um se levanta e pega uma tesoura e coloca em cima da mesa onde se discute a vida do "pobre coitado"
O fato de um colocar a tesoura à mesa na maior parte acaba em piada e cessa a "falação".

Mas por que temos essa inclinação de falar de alguém? Não importa o que, ou sobre o que. O fato é que muitas vezes fazemos isso instintivamente.

É obrigatório em uma roda de conversa. É quase uma mania nacional dá pitaco na vida alheia.

Mas será que a vida teria graça se eu não falasse por exemplo que o outro gasta muito? Sendo que eu gasto todo mês muito mais do que eu ganho?

Teria graça se eu não notasse que fulana não é bem como eu pensava ser? Que endeusar alguém é perigoso quando descobrimos que a "deusa" está mais para plantar discórdia do que flores? Bom, mas decepção é conversa para outro tema.

Tesourada! vamos falar disso? Vamos tentar entender como funciona essa necessidade de olhar o outro para evitar de olhar pra si mesmo?

Conto com a ajuda de voces para que possamos fazer um fórum sobre todos os temas postados aqui nos "Causos meus...Causos seus..." Que por sinal, espera as estórias de voces.

Mandem email para mirianlagos@hotmail.com pra gente postar coisas sobre qual voce quer falar.

By Mirian Borges

quinta-feira, 31 de março de 2016

Perdoar



Um pequeno trecho de um texto do Padre Fábio de Mello enviado à mim por um anjo; minha filha amada.

"...A gente sabe que ama as pessoas depois de ter feito o exercício de olhar nos olhos no momento que ela não merece ser olhada, e descobrir ali uma chance.

Coisa boa na vida é a gente encontrar gente que nos trate assim, com esse nível de verdade. Gente que nos conhece de verdade. Que já foi capaz de conhecer todas as nossas qualidades, mas também todos os nossos defeitos. Porque eu não sou só qualidade, eu tenho um monte de defeitos. Eu só me sinto amado no dia em que o outro sabe dos meus defeitos e mesmo assim ainda continua acreditando em mim.

Muitas vezes o nosso amor humano não é assim. A gente ama o outro por aquilo que ele faz de certo, de bom pra nós, não é assim? E as vezes até elegemos os amigos dessa forma. Ele é bom demais pra mim! E o dia que deixa de ser? Deixou de ser amigo? No dia que falhou, no dia que errou, no dia que esqueceu e não coneguiu acertar continua tendo valor pra voce? Ou voce só ama aqueles que conseguem lhe fazer o bem? Jesus disse que não tinha mérito nenhum em amar aqueles que nos amam. Que o mérito está, (em amar o outro mesmo quando ele não merece ser amado). Eu sei que é um desafio..."

Amar o outro mesmo quando ele não merece ser amado! Que desafio!

Superação é a palara! Então tente amar aquele que deixou seu coração em frangalhos. Que deixou sua alma perdida e sua cabeça doente.

Amar o sorriso, o encantamento, o belo, é fácil demais! Mas amar o amargo é desumano!

Amar quem te machuca, quem te faz chorar, quem magoa e castiga quem voce ama, é inimaginável! Mas é um desafio, não é? Ou é um mérito como disse Jesus?

Pois eu não quero desafios nem ter méritos. Quero conseguir perdoar do fundo da minha alma. Mas é tão difícil...

Quero poder fazê-lo com a minha verdade!

Tento entender! Mas me pergunto, por quê? Por quê? Por quê, Por quê?

Não consigo ter esse desprendimento. Só consigo ter culpa de não conseguir...

Como perdoar a perversidade do outro se tenho pensamentos perversos? Como conseguir perdoar a crueldade do outro se sou cruel nos meus devaneios? Como não enlouquecer?

Por que castigamos quem amamos? Por que nos castigamos? Por que voce castigou quem voce dizia tanto que amava? Vingança?

Como posso querer que o outro não seja vingativo se nos meus delírios e nos meus momentos de raiva, o sou também?

"Amar o outro mesmo quando ele não merece ser amado! Que desafio!"

Deus! Me dá essa benção! Me faz melhor! Tira das minhas entranhas esse odor dos bárbaros. Tira de mim esse sabor de féu!

Sei que sou uma pessoa boa! Que tenho capacidade de amar o outro mais que a mim mesmo! Sei que meu coração é 90% bom. Mas esses 10% estão fazendo uma bagunça na minha vida. Não estou conseguindo amar quem me fez mal.

Me ensina a ser melhor! Deus, planta o perdão no meu coração! Enraíza dentro dele o "entendimento"!

Me dê paciência, resignação. Não, resigação é muito difícil pra mim, é pedir demais!

Me faz confiar em ti! Coloca alegria nas minhas lágrimas como recompensa da sua sabedoria! Deus, me faz acreditar que o bem vence o mal! Me faz crer que nada é por acaso! Que a ti devo entregar minhas mãos para que possa conduzí-las a um caminho tranquilo.

Deus, por que deixates que castigassem o meu filho?...

"É difícil amar o outro mesmo quando ele não merece ser amado! É um desafio!"

By Mirian Borges

terça-feira, 15 de março de 2016

O Sol de Maria





O horizonte era apenas um quadro pra mim. Uma ilusão.
Não me imaginava além do que via. Mas pensava como estariam as crianças "escolhidas".
Meu mundo era pequeno como eu. Um mundo onde crianças iam e vinham.
Mas existia uma garotinha; Maria. Aliás, mais uma Maria como tantas outras Marias no orfanato. Mas essa era diferente. Tinha sonhos, e inventava histórias fascinantes do seu mundo colorido.
Um mundo de sorrisos, amores, abraços, afetos e todas as coisas boas que ela podia imaginar.  Um mundo diferente a cada dia. Ora pequeno e aconchegante como a casa que ela viveria. Ora imenso como o amor que lhe dariam.
No mundo imaginário de Maria não existiam dores, perdas. Nada disso. Era um mundo perfeito.
Maria era uma menina franzina. Tinha problemas no coração. Era grande demais. Tão grande quanto o amor que sentia por tudo e todos. Mas isso a tornava frágil e muitas vezes era hospitalizada.
Os dias eram estranhos sem ela.
Ao entardecer nos deixavam ver o sol que caía por trás da montanha. E era assim que todos nós ouvíamos as histórias da pequena Maria.
Ela dizia. - Um dia meus pais virão me buscar. E além daquela montanha vou ver para onde se esconde o sol.
Para Maria, o sol era um ser mágico. Tinha o poder de curá-la.
Todas as manhãs acordávamos com o sorriso e a voz de Maria dizendo: Bom dia meu amigo sol! O encantamento que ela tinha por ele era surpreendente!
Dizia que quando nasceu o dia estava nublado. Que alguém teria escondido o sol,  e por isso que seu coração "dava defeito". Mas que o sol a curaria.
Ela contava histórias lindas e inimagináveis. Como por exemplo que pegaria carona nas asas de uma gaivota e voaria até o sol. Falava que o sol era dourado porque o chão era feito de purpurinas. E que num lugar bem especial, dentro dele, havia um coração novinho pra ela. Um coração pequeno que coubesse dentro do peito.
Mas Maria nunca teria um coração pequeno. Não caberia nele todo amor que ela tinha por todos e por tudo.
Mas dias nublados sem chuva a faziam ficar pensativa. Pra ela, naquele momento mais bebês "com defeito" nasceriam, e isso era triste demais!
Me lembro que uma vez ela contou pra gente que acordou durante a noite com um brilho lindo na janela. Levantou e viu que era a lua.
Saiu para o quintal e o chão estava todo prateado. E pequenos vaga-lumes voavam formando desenhos no ar.
Girassóis, cavalos, borboletas, cachos de uvas. E a lua foi se aproximando, se aproximando até que Maria conseguiu tocá-la. E quando a tocou sentiu frio. E sentiu que a lua chorava.
Maria tentou abraçá-la, mas a lua era grande demais!
Disse que adormeceu nos braços da lua depois que choraram juntas.
Depois que Maria nos contou essa história. A primeira história triste. Tentei entender o significado de tudo que Maria falava. Mas era tudo muito lúdico pra mim que não acreditava nesse amor que ela pregava.
Maria vivia num mundo de fantasias!
O espaço que tínhamos para brincar era bem grande. Éramos livres de uma certa forma.
Havia um balanço em uma das árvores que todos gostávamos de brincar. E Maria era a quem mais se divertia. Pedia para balançar bem alto até ela alcançar o sol.
Lembro de Maria com carinho. Foi a lembrança dela que me fez estudar e trabalhar.
Hoje sou psicólogo. Atendo crianças.
E muitas vezes quando estou só no meu consultório vejo a imagem dela. Ouço até a voz dando bom dia ou contando suas histórias.
E a imagem que mais me marcou, foi quando Maria adoeceu e muito fraca sentava no balanço ficava quietinha esperando o sol aparecer naqueles dias nublados.
O coraçãozinho dela não aguentou.
Todas as vezes que vejo o sol. Não quando simplesmente olho. Quando o vejo de verdade. Posso imaginar Maria brincando com as purpurinas douradas e correndo feliz porque enfim soube onde o sol se escondia.

By Mirian Borges

sexta-feira, 11 de março de 2016

Curvas





As curvas são perfeitas. Delicadas e macias. Seu desenho encantador.
Todas as noites antes de dormir eu as toco várias e várias vezes.
Os contornos, as saliências, o entorno. Tudo nela é lindo.
É ela quem me escutava. Ouve minhas estórias. Minhas tristezas e alegrias. Minhas loucuras, minhas risadas, minhas dúvidas. E é ela tb que fingi não escutar quando eu me exalto.
Ouve meus gracejos, minhas desculpas, minhas revoltas, meus planos.
Quando eu canto, reclamo, quando eu grito, e quando falo delicadamente palavras de carinho, ela me ouve e se arrepia.
Curvas cinuosas e perfeitas. Conforme a posição lembram uma interrogação.
Me acalma vê-la. Me acalma tocá-la antes de dormir.
Eu cantarolo enquanto decoro em minha cabeça todo o fomato que me encanta.
Tocando levemente meus lábios e a ponta do meu nariz nas cinuosas curvas.
Há uma tentativa que eu não a beije. Mas as palavras susurradas, safadas ou carinhosas a deixam linda, sexi, e voce se entrega!
As pontas dos meus dedos percorrem levemente e silenciosamente em torno dela. E fechando os olhos, adormeço.
Amor, eu amo as curvas da sua orelha!

By Mirian Borges

quinta-feira, 10 de março de 2016

Tá Rindo do Quê?





- Tá rindo do quê?
- Não estou rindo.
- Claro que está!
- Não estou!
- Por que riu?
- Mas eu não estava rindo!
- Claro que estava!
(Entre um sorriso) - Eu não estava rindo!
- Óh, tá rindo de novo!

Um longo silêncio...

- AAh, não! Voce riu de novo!
- OK. Agora estou sorrindo.
- Aquela hora também!
- Não estava rindo naquela hora! Tô rindo agora!

Silêncio...

- No que está pensando?
- Em nada!
- Não dá para " não pensar em nada"...
- Ok! Estou pensando.
- Viu?
- Estou pensando... como a vida é engraçada e linda!
- Por isso que estava rindo antes?
- Eu não estava rindo antes! (Entre sorrisos). Ri depois! Pensei depois, e falei agora!
- Ok, a vida é engraçada! Mas por que voce acha que a vida é engraçada e linda?

Depois de um breve silêncio...

- Porque voce faz parte dela!

                                                                                                     By Mirian Borges